Resumo
Este artigo tem por objetivo estudar a formação do traçado urbano das cidades brasileiras, seu recorte temporal será o século XVIII e XIX. A descoberta de ouro em Minas Gerais na transição do século XVII para o XVIII fez com que a Coroa portuguesa desenvolvesse estratégias para controlar eficazmente a sua colônia brasileira. Respeitando um esquema original joanino (D. João V), as ações tomadas visaram desde o primeiro momento promover a organização dos povoados que, em linhas gerais obedeciam a princípios estabelecidos nos traçados reguladores desenvolvidos pelos renascentistas, sendo estes traçados eram estudados na formação portuguesa dos engenheiros militares, agentes fundamentais nesta empreitada. O processo ganhou maior ímpeto no comando do Marquês de Pombal (1699-1782), implementando ideais por filosóficos iluministas. Essa mentalidade vai se refletir no desenho dos traçados urbanos da época, com praças quadradas, gabarito e alinhamento do casario uniforme, o urbanista do século XVIII confiava em planos urbanos previamente elaborados, que se caracterizavam por um cumprimento de regras da geometria e na métrica estabelecida por leis de proporção rigorosas. A virada do século trouxe ingredientes extremamente importantes para caracterizar a evolução urbana do Novo Mundo e consequentemente para o Brasil que, entretanto, se tornou independente. Falamos da implementação de um sistema econômico mundial liderado pela Inglaterra, colocando nesta latitude a função de produção de matérias primas e receptora de capitais e bens industriais. Assim, foi criado um momento na história em que a aceleração dos processos, dos transportes e da informação culminasse em construções de cidades com raízes nas malhas coloniais, mas adequadas à nova realidade, com escalas maiores, com mais atenção à higiene publica e inclusivamente importando conceitos europeus, no que se refere à forma e urbanidade.